Anúncio foi feito durante Workshop sobre o pescado

O que era apenas um projeto começa a ser colocado em prática. A FURG está propiciando a exploração da Anchoíta, um recurso pesqueiro com grande potencialidade nutricional e econômica, mas ainda não devidamente aproveitado no Brasil. A partir desta semana, as primeiras 22 mil latas com o produto começam a ser rotuladas para distribuição inicial nas escolas de Rio Grande e Porto Alegre.
O pescado em molho com tomate está sendo produzido em uma indústria de Rio Grande. O professor Milton Espírito Santo, da Escola de Química e Alimentos (EQA), está empolgado com a iniciativa de poder processar e oferecer um alimento com grande valor nutricional aos estudantes. 
No Campus Carreiros da FURG está sendo construída uma planta-piloto para trabalhar com o produto. De acordo com o professor, a Universidade está investindo cerca de R$ 500 mil em equipamentos. A partir da conclusão das obras, a produção passará para a planta, com a possibilidade de ampliar o tipo de processamento e realizar a comercialização, inclusive para o mercado externo.
Esse é um dos assuntos que estão sendo discutidos na sala Estuários do Centro Integrado de Desenvolvimento Costeiro (Cidec-Sul) no 1º Workshop do Projeto Anchoíta. O evento teve início na tarde desta segunda-feira (2) e se estenderá até terça-feira.
Na abertura, o reitor da FURG João Carlos Cousin saudou a iniciativa dos professores da Instituição. Ele vê nesse projeto a possibilidade de a Universidade manter um trabalho integrado entre várias pesquisas que unem dados de Biologia, Oceanografia e Engenharia de Alimentos, entre outras. “A repercussão econômica desse projeto deve ser ressaltada, e certamente haverá uma grande aceitação do produto no mercado”, avaliou o reitor.
O professor Lauro Madureira, o primeiro a falar depois da abertura, é o responsável pelo desenvolvimento das pesquisas sobre o estoque pesqueiro do produto. Segundo ele, há um grande estoque do pescado desde a região Sudeste do Brasil até o Sul da Argentina, passando pelo Uruguai. Nesses três países, há de 2 a 5 milhões de toneladas. Na costa do Rio Grande do Sul, de 500 a 600 mil toneladas. 

Parceria
Para viabilizar as pesquisas a Universidade conta com parceiros. Em janeiro do ano passado, o reitor Cousin e o então ministro substituto do Ministério da Pesca e Aquicultura, Dirceu Lopes, assinaram convênio para desenvolvimento da cadeia produtiva da Anchoíta.
Pelo convênio, o Ministério comprometeu-se em repassar recursos para o desenvolvimento das pesquisas. No Workshop, Madureira revelou que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior (Capes) também participam com recursos através de projetos encaminhados pela Universidade.


Projetos

  • Pesca e Beneficiamento da Anchoíta no Sul do Brasil, da Captura à Geração de Produtos para Alimentação Escolar e Comercialização - Projeto Processamento da AnchoítaRecursos: R$ 1.999.512,40Órgão- MPA
  • A Safra de Anchoíta no Sul do Brasil , Implicações na Captura e Alternativas ao Beneficiamento, Comercialização e Colocação dos Produos no Mercado Institucional BrasileiroRecursos: R$ 1.243.599,20Órgão: CNPq
  • Explotação Sustentável da Anchoíta e sua Introdução na Alimentação Escolar - Projeto Alimento EscolarRecursos: R$ 734.403,10Órgão: Capes