O estudo oceanográfico sistemático teve início no Brasil com a criação do Instituto Paulista de Oceanografia (1946), entidade posteriormente absorvida pela Universidade de São Paulo, passando a denominar-se Instituto Oceanográfico. Desde então, foram criados diversos núcleos de pesquisas oceanográficas no país, sendo hoje raras as universidades brasileiras localizadas na região litorânea que não desenvolvam algum tipo de trabalho voltado para o mar.
A criação dos cursos de graduação foi decisiva para o desenvolvimento da Oceanografia no Brasil. O curso de Oceanologia da FURG, criado em 1970, deu início ao primeiro ciclo de criação de cursos da modalidade, que se estendeu até o começo da década de 90. Neste período foram criados outros dois cursos, um na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (Rio de Janeiro/RJ), em 1977, e o outro na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI (Itajaí/SC), em 1992. A criação destes cursos teve por base a convicção de que o mar era um manancial inesgotável de recursos, pesqueiros em particular, razão pela qual havia necessidade de formação de um profissional capaz de contribuir para a exploração ordenada destas riquezas.
O segundo ciclo foi desencadeado pela aprovação da Lei N° 9.394 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB), de 20/12/1996, que garantiu às instituições reconhecidas como universidades e centros universitários autonomia para criar cursos de graduação. Até então, todas as instituições tinham que solicitar autorização prévia ao Ministério da Educação – MEC. Num momento em que a preocupação com as questões ambientais começava a ganhar cada vez mais espaço junto à sociedade, para o que muito contribuiu a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – CNUMAD (ECO’92/Rio’92), a criação de novos cursos que tinham como foco principal a preservação e a exploração sustentável de recursos aquáticos ocorreu como um processo natural. Assim, foram criados cursos de Oceanografia no Centro Universitário Monte Serrat – UNIMONTE (Santos/SP), em 1998, na Universidade Federal do Espírito Santo – UFES (Vitória/ES), em 2000, na Universidade Federal do Pará – UFPA (Belém/PA), também em 2000, na Universidade de São Paulo – USP (São Paulo/SP), em 2002, na Universidade Federal da Bahia – UFBA (Salvador/BA), em 2004 e, naquele mesmo ano, na Universidade Federal do Paraná – UFPR (Pontal do Sul/PR).
Ainda em andamento, o terceiro ciclo foi desencadeado pela decisão governamental de implantar o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Neste contexto, algumas instituições que tinham grupos de pesquisa e/ou programas de pós-graduação na área de Ciências do Mar trataram de aproveitar as condições favoráveis e propuseram a criação de novos cursos de Oceanografia. Assim, em 2008 foram criados cursos na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (Florianópolis/SC), na Universidade Federal do Ceará – UFC (Fortaleza/CE) e na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Recife/PE).
Embora não associado ao contexto do REUNI, um outro curso de graduação em Oceanografia entrou em funcionamento na Universidade Federal do Maranhão – UFMA em 2009, resultado da alteração da denominação do curso de Ciências Aquáticas implantado naquela instituição em 2002.